Presidente Nicolás Maduro apresentou a ideia na 20ª cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP)
Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela confirmou que o governo do presidente Nicolás Maduro propôs a líderes de países do bloco socialista da América Latina na última terça-feira (14) a criação de uma criptomoeda própria para facilitar as transações entre nações e evitar o uso do dólar americano.
Maduro apresentou a proposta antes do início da 20ª cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), em Cuba. Caso siga adiante, o Sistema Unitário Regional (SUCRE), criado em 2009 pelos países da ALBA-TCP, vai ser transformado em criptomoeda para ser usada em relações comerciais entre os países do bloco bolivariano.
O governo venezuelano classificou a transformação do SUCRE em criptoativo como “parte dos fundamentos das estratégias da proposta de plano integral de desenvolvimento econômico, financeiro e comercial” e revelou que a ideia foi bem recebida pelo governo cubano, que vive sob regime socialista desde 1960.
O Palácio da Revolução, localizado em Havana, considerou necessário adaptar-se aos novos esquemas de moeda virtual para avançar em acordos que se traduzam em investimentos favoráveis para os Estados membros, diz o comunicado.
O texto argumenta ainda que a criptomoeda SUCRE também ajudaria a preencher uma lacuna relacionada a “novos métodos de integração econômica” que “podem se basear em experiências anteriores, como o Banco da ALBA e o Conselho Monetário da ALBA.” A mensagem acrescenta que o ‘criptoativo bolivariano’ também vai de encontro aos novos esforços de melhoria econômica dos países-membros, porque representaria um novo impulso à produção conjunta de alimentos, petróleo, gás e lítio.
A ALBA-TCP é integrada pela Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, República Dominicana, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves e Granada.
Quem também poderia ser beneficiar da criptomoeda é o Uruguai, embora o país sul-americano não faça parte da ALBA-TCP. Isso porque o Uruguai aderiu ao SUCRE em março de 2013.
No caso do Brasil, o maior país da região ficaria de fora porque não faz parte da ALBA-TCP e hoje tem um governo de extrema-direita. Além disso, a maior economia sul-americana também não é signatária do SUCRE.
A Venezuela já tem experiência de longa data com criptoativos através da PETRO, moeda digital lançada pelo governo Maduro e que é lastreada no petróleo, principal motor da economia do país do norte da América do Sul.
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